terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

É hora de conhecer os postulantes ao Paço.

O eleitorado de Santo André corre o sério risco de chegar à eleição sem ter uma idéia razoavelmente clara de como os candidatos pretendem administrar a cidade. O jogo já começou. É verdade que um ou outro candidato tem apresentado, na pré-campanha, discursos utópicos e eventualmente impossíveis de serem aplicados na realidade. Porém, outros se amarram aos convencionais discursos dentro do politicamente correto, e acabam por se diluir na mesmice e não correspondendo, dessa forma, aos anseios da sociedade que clama por mudança.

Fica faltando em Santo André o que já é uma característica central nas campanhas das capitais: o debate da pré-campanha, com a participação de jornalistas independentes e a interação popular. Só o debate aberto abre o caminho para que todas as questões de ordem políticas sejam respondidas e se identifique a probidade dos candidatos.

O eixo temático dessa campanha não se prende a um tema específico. Várias perguntas circundam o pensamento da população, como saber o porquê do PT relegar o seu tradicional e democrático PED e apostar em Carlos Grana em função de um desejo pessoal de Lula, ou então o real motivo que levou o ex-secretário Nilson Bonome a romper com o prefeito Aidan Ravin para fazer oposição, ou ainda que se perguntasse ao jovem Alexandre Fláquer se há coerência na posição do PRTB de criticar a atual administração quando, até bem pouco tempo atrás, ele próprio e seus correligionários faziam parte do time de Aidan.

Sem que essas e outras perguntas sejam feitas e suas respostas avaliadas pelo eleitorado, corre-se o risco de se votar na melhor vinheta, no rosto mais bonito, na roupagem mais elaborada e não no melhor prefeito para a cidade, política e administrativamente.

Em meios a tantos elementos convencionais, a torcida fica para que se quebre a escrita. Em pleno ano da corrida municipal ocorre o surgimento de uma camisa de força que joga a eleição para o campo do show e não da escolha ideológica. É necessário rasgar essa camisa de força e trazer essa cidade ainda tão provinciana pelo menos um pouco mais perto da contemporaneidade.